Egô eimi o poimên o kalos...

"As minhas ovelhas escutam a minha voz:
Eu conheço-as e elas seguem-me.
Dou-lhes a vida eterna, e nem elas hão-de perecer jamais,
nem ninguém as arrancará da minha mão.
O que o meu Pai me deu vale mais que tudo e ninguém o pode arrancar da mão do Pai.
Eu e o Pai somos Um.»"



É apenas esta a certeza que nos ilumina o caminho, a de que Ele é o belo pastor que nos escolheu, que nos falou ao coração e que não nos rejeitará jamais!
Dois discípulos!

Hoje que a liturgia nos propõe a festa de Marcos, evangelista, fica bem saudar e evidenciar os dois discípulos que recentemente integraram a comunidade do "Levantai-vos".

São eles João, o discípulo amado
e Tomé, o homem que tocou o lado de Cristo!

É com alegria que os recebemos agradecendo, desde já, a sua colaboração e partilha como tesouro pelo qual louvamos o Pai.

Em tempo de Ressurreição, de Espírito Santo e de Comunidade reunida num só coração fica bem este crescimento da família!
"O Sumo Sacerdote, interrogando-os, disse: «Proibimo-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós enchestes Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem».
Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais obedecer a Deus do que aos homens. O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o num madeiro. Foi a Ele que Deus elevou, com a sua direita, como Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo, que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem»...
Ergueu-se, então, um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei, respeitado por todo o povo... tomando a palavra, disse:«Homens de Israel, tende cuidado com o que ides fazer a esses homens!... Se o seu empreendimento é dos homens, esta obra acabará por si própria; mas, se vem de Deus, não conseguireis destruí-los, sem correrdes o risco de entrardes em guerra contra Deus»...
Quanto a eles, saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria, por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus. E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Boa-Nova de Jesus, o Messias." (Act 5)

A Liturgia desta semana oferece-nos este texto para reflexão. É um texto muito significativo para mim... não importam as proibições dos homens ou das mulheres, ainda que sejam as autoridades religiosas: o Espírito é mais forte, sopra onde quer e não cessa a sua acção libertadora!
«Julgai vós mesmos se é justo, diante de Deus, obedecer a vós primeiro do que a Deus. Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos», exclama Pedro noutra ocasião em resposta às mesmas autoridades que o acusavam a ele e a João de, em nome de Jesus, terem levantado um irmão!



P a r a b é n s!

ALEGRAI-VOS!
O SENHOR RESSUSCITOU! ALELUIA!
"... Cristo trespassado na Cruz! É Ele a revelação mais perturbadora do amor de Deus, um amor em que eros e agape, longe de se contraporem, se iluminam reciprocamente.
Na Cruz é o próprio Deus que mendiga o amor da sua criatura: Ele tem sede do amor de cada um de nós...
Poder-se-ia até dizer que a revelação do eros de Deus ao homem é, na realidade, a expressão suprema do seu agape.

Na verdade, só o amor no qual se unem o dom gratuito de si e o desejo apaixonado de reciprocidade infunde um enlevo que torna leves os sacrifícios mais pesados."


"Infelizmente desde as suas origens a humanidade, seduzida pelas mentiras do Maligno, fechou-se ao amor de Deus, na ilusão de uma impossível auto-suficiência... afastou-se daquela fonte de vida que é o próprio Deus, e tornou-se... naqueles "que, pelo temor da morte, estavam toda a vida sujeitos à escravidão" (Hb 2, 15).
Deus, contudo, não se deu por vencido, aliás o "não" do homem foi como que o estímulo decisivo que o levou a manifestar o seu amor em toda a sua força redentora... A morte, que... era sinal extremo de solidão e de incapacidade, transformou-se assim no acto supremo de amor e de liberdade..."
Na Semana Santa

"Hão-de olhar para aquele que trespassaram"

A este olhar nos convida Bento XVI na caminhada para a Páscoa.

Agora que a festa da nossa libertação está tão próxima sublinhamos, em cada dia, alguns tópicos propondo uma partilha meditativa...


"A palavra agape... indica o amor oblativo de quem procura exclusivamente o bem do próximo; a palavra eros denota, ao contrário, o amor de quem deseja possuir o que lhe falta e anseia pela união com o amado. O amor com o qual Deus nos circunda é sem dúvida agape... Mas o amor de Deus é também eros..."