"Ali o povo teve sede de água, e murmurou contra Moisés, dizendo: 
"Porque nos fizeste subir do Egipto para nos fazer morrer à sede, a nós, aos nossos filhos e ao nosso gado?"

Que sede é esta?
Que sede a que sinto?
Desejo ao qual minto
Esperança que me mata.

Que sede é esta?
Não é sede de água
É ainda a mágoa
De ser tida por molesta!

Porque subi do Egipto?
Da terra da escravidão?
Para morrer nesta secura?!

Buscava um sonho infinito
Agora perdido... não!
Seria talvez loucura...


O Senhor disse a Abrão: "Deixa a tua terra, a tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que Eu te indicar.
Farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênçãos"
Abrão partiu, como o Senhor lhe dissera...



... e agora Senhor?
Fizemos o que nos indicaste, chegamos a uma terra nova e encontramos o vazio!
Esperar em quê?
Crer ainda?...
Esgotam-se as energias e o amor parece cada vez mais uma miragem...

DESERTO

"Jesus retirou-se do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, onde esteve durante quarenta dias, e era tentado pelo diabo" (Lc 4,1)

"Jesus... returned from de Jordan and was led by the Spirit in the desert, where for forty days he was tempted by the devil" (Lk 1,4)

"Jesus... kehrte vom Jordan zurük und wurde durch den Geist in der Wüste vierzig Tage umhergeführt und von dem Teufel versucht" (Lk 1,4)

Deserto...
quantas vezes a vida
assim se nos apresenta!
Vazia... de todos, de tudo, de nada!
E a tentação chega implacável.
E a fragilidade deixa-nos vacilar.
...
Estou assim...
Vazio, árido, perdido
Já não quero crer
Já não quero esperar
Já não quero amar
...
por muito que o faça
encontro apenas o deserto
de não ser crido
de não ser esperado
de não ser amado