EVENTOS

O mês que agora termina ficou marcado, de sobremaneira, pelos Jogos Olímpicos que vão já na sua XXIX edição desde que foram reeditados pelo Barão Pierre de Coubertin em finais do século XIX.

Decorreram na Ásia, na remota China. Remota no tempo, remota no espaço e, infelizmente também, no entendimento da dignidade humana!
Chocam-nos, profundamente, as notícias que vão chegando semi-camufladas.
E é estranho… a maturidade dos chineses, já tri-milenares, deveria ter dado lugar a uma cultura repleta de sabedoria.
Fica a dúvida e a perplexidade, ainda que me pareça a mim que o actual estado de coisas se deve mais à revolução maoísta do que a outra coisa qualquer!

À parte este tema, que não deixou de dominar as nossas atenções, relevo outro:
Desde sempre que os Jogos tiveram por detrás uma mensagem de paz e de união fraterna entre os povos.
Na era moderna o sonho permaneceu!
Quem de nós não se deixa levar pelo encantamento dos espectáculos que rodeiam este evento: sejam as aberturas e encerramentos, sejam as próprias competições e a maravilha do desporto.

É verdade! É o mesmo, o sonho humano de sempre! Um sonho de paz e de fraternidade e ao mesmo tempo de glória e de vitória. É quase um sonho divino… e porque não?
O único senão talvez será a pretensão de o realizar sem o Mentor do sonho ou, pior ainda, com o medo de que esse Senhor se queira usurpar e ser o único vencedor.
Podemos e devemos sonhar com o fitius, altius, fortius!
É o próprio Deus no seu Espírito que nos guia através dos caminhos da História para esse fim vitorioso.

EVENTOS

Leiria, Ago.08
Dia mundial da fotografia!
A MULHER ESTRANGEIRA
… mas a mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: "Socorre-me, Senhor."
Ele respondeu-lhe: "Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorros."
Retorquiu ela: "É verdade, Senhor, mas até os cachorros comem as migalhas que caem da mesa dos donos."
Então Jesus respondeu-lhe: "Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas."
E, a partir desse instante, a filha dela achou-se curada.

O mesmo Jesus que fala de mansidão e anuncia o tempo da misericórdia aparece aqui com uma agressividade pouco usual: decide não fazer caso da mulher estrangeira que lhe implora um favor!

Nada de novo para o nosso entendimento mesquinho: ainda hoje as mulheres pouco ou nada valem dentro das instituições que regem as nações e a aldeia global. Se são estrangeiras, pior um pouco!
Mas Jesus costuma surpreender a nossa visão reducionista da vida. Aqui, porém, limitou-se a responder como bom Israelita: "Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel."

Acontece que aquela que foi tida por nada surpreendeu toda a gente - Jesus incluído - com a sua sagacidade e, sobretudo, com a sua fé! O socorro que suplicava, o milagre da saúde para a filha não era mais que uma migalha de pão diante da magnanimidade do Deus para quem nada é impossível.
E Jesus sabia como é grande o Coração do Pai. Ouvidas estas palavras também Ele percebeu que o Pai o enviava para lá dos limites estreitos de Israel.

Grande é este Deus que nos escuta quando lhe falamos e está receptivo a que lhe mudemos a forma de agir!
Jesus… subiu a um monte para orar na solidão.
E, chegada a noite, estava ali só.
Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: "Homem de pouca fé, porque duvidaste?"

Esta solidão de Jesus impressiona-me vivamente.
Ele acabava de dar de comer a uma multidão com a colaboração dos discípulos. Mas estes, ao que parece pelo relato que hoje é proclamado, pouco ou nada entenderam da acção de Jesus donde a dificuldade em crer n'Ele.
Quando esperamos muito da vida torna-se difícil encontrar quem nos acompanhe nessa jornada e torna-se ainda mais difícil viver… mas estes momentos da noite e da solidão parecem tão inevitáveis quanto cruéis!
Sinto-me dilacerado… e chego mesmo, mais que a duvidar, a não crer de todo! Sei que sempre O procurei e nem agora desisto da minha busca. Mas Deus não me responde, nem se manifesta. Não sei se me esqueceu… mas o certo é que decidiu deixar-me só! Talvez, como os discípulos de há 2000 anos, eu nada tenha entendido da sua forma de agir…
Se não soubesse da certeza da ressurreição, faria minhas as palavras do profeta: "Basta Senhor, tira-me a vida pois não sou melhor do que os meus pais"

Em destaque

Alexander Solzhenitsyn (1918 - 2008)

"Já se sabia que as vítimas existiam, já se sabia que eram milhões, mas ele denunciou de uma forma muito importante e que veio marcar de maneira determinante o pensamento intelectual ocidental" - Zita Seabra

Creio bem ser um profeta da actualidade. Fica a homenagem de quem gostaria de lhe seguir a audácia!
"Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?
A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada?"
A questão permanece… será a dificuldade capaz de nos afastar da fé e da relação com Deus que pela mesma fé se constrói?
Paulo está convencido de que nada pode abalar esta relação.
Mas todos sabemos - e eu sei-o agora particularmente - que nem sempre esta certeza nos fortalece.
Há circunstâncias… há momentos nos quais tudo vai mal e parece desmoronar-se todo o sonho de felicidade. Nem a morte parece poder resolver a angústia que nos derrota.

Por agora, resta-me acreditar no anúncio do apóstolo e esperar por dias melhores…
Talvez o Senhor olhe para mim como fez para com multidão abatida e use da sua compaixão para saciar a minha fome.